Avaliação – Chevrolet Spin Activ tenta convencer pelo visual aventureiro
Versão apela ao visual para tentar se livrar da imagem de monovolume
Não basta ter os melhores equipamentos de montanhismo, é preciso ter condicionamento físico e bastante fôlego para encarar trilhas e escaladas. Talvez como recompensa pelas boas vendas nos últimos anos, Chevrolet Spin ganhou um banho de loja. O resultado de uma volta por lojas de esportes e aventura foi o Spin Activ. Mas será que o monovolume é, de fato, um aventureiro?
– Essa é a versão nova? – pergunta o taxista, que já saca o celular para fotografar como fica seu carro de trabalho com plásticos protegendo os para-lamas e a base dos para-choques, rodas aro 16” mais elaboradas, pneus de uso misto e até estepe pendurado na tampa do porta-malas. O “kit aventura” está completo nesta minivan e até convence quem se acostumou com os faróis grandes, a grande grade bipartida e a linha de cintura alta. Mas ao saber o preço, o taxista franziu a testa: os preços começam em R$ 67.250 para a versão manual, mas este automático custa R$ 71.390.
A versão Activ também tem suas particularidades por dentro. O interior é todo escuro — nas demais versões passou a combinar cinza claro com preto na linha 2016 —, o quadro de instrumentos tem grafismo próprio e a forração exclusiva dos bancos está mais para o lado esportivo. Mas revestimento em couro cairia muito bem. Seria uma forma de contornar o aspecto simples dos plásticos do painel.
Ao volante
A posição de dirigir, alta e com boa visibilidade, é digna de um carro familiar, e agrada quem gosta de se sentir em posto elevado no trânsito. O volante poderia ter regulagem em profundidade e não apenas em altura, mas achar uma posição confortável não é difícil.
Os passageiros do bancos de trás ficam em posição ainda mais elevada, mas não há terceira fileira de bancos. A ideia é liberar mais espaço no porta-malas para viagens, resultando em amplos 710 litros. Poderia ser maior se uma grande caixa de isopor com triângulo e macaco não ocupasse o antigo local do estepe.
Em movimento, pouco muda em relação ao Spin LTZ que avaliamos anteriormente. Por causa do estepe pendurado na traseira, a Chevrolet endureceu a suspensão traseira. O resultado é interessante, pois controla a inclinação da carroceria em curvas sem prejudicar a absorção das imperfeições da via e o rodar macio. Chato é o “nhec nhec” do estepe balançando lá atrás… Um ‘grilinho’ extremamente irritante.
O silêncio a bordo não é um dos fortes do modelo. É que o motor 1.8 8v Econo.Flex já sente o peso da idade e tem funcionamento áspero e ruidoso em altas rotações. Gera 108/106cv a 5.400rpm e 17,1/16,4kgfm a 3.200rpm, com etanol e gasolina, na ordem. Pelo menos o bom torque em baixas rotações ajuda as tarefas do cotidiano e puxar os 1325kg do modelo. O consumo médio de 7,5km/l com gasolina está no limite do aceitável.
A transmissão automática de seis velocidades agora está atualizada e tem trocas suaves, rápidas e menos vacilantes, e já não faz trocas ‘burras’. Pelo contrário: chega a segurar demais algumas marchas, obrigando a partir para as trocas sequenciais, feitas através dos botões na lateral da própria alavanca.
Por sorte, o Chevrolet Spin Active traz de série o sistema MyLink com tela de 7” que concentra rádio AM/FM com CD/MP3 Player com Bluetooth, que garante uma boa música para resolver o barulho do estepe. O ar-condicionado é de série, mas a ventilação é fraca, exigindo que o ventilador esteja ligado quase sempre na velocidade máxima em dias quentes. Nada de acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, retrovisor eletrocrômico ou qualquer outro mimo tecnológico.
Como monovolume o Chevrolet Spin é uma das boas opções do segmento. Mas ainda está um tanto despreparado para encarar SUVs compactos que custam praticamente o mesmo ou até menos, como Ford EcoSport, Jeep Renegade, Renault Duster e Peugeot 2008. Não falta espaço, nem motor, mas falta conteúdo para lidar com as novidades. Com esse condicionamento, só põe em xeque Citroën Aircross, Volkswagen CrossFox e Fiat Idea Adventure.