Um show de luzes, gráficos e dados. Mas será que agrada a todos?

Como cantou um dia o sr. Friboi, o garoto de Itapemirim, Arlindo Cruz Roberto Carlos: "Eu voltei, agora pra ficar!". Depois de merecidas férias, eis me aqui novamente.

Enquanto viajava à noite em uma autoestrada, fui ultrapassado vagarosamente por um Corvette C4 Mk1, que, sem vidros escuros, me garantiu a felicidade de ver pela primeira vez aquele painel com inspiração espacial emanando longe sua luminosidade, seu show de luzes como se fosse um caça em velocidade de cruzeiro. Hoje paineis digitais já não causam tanta euforia.

Entretanto, um milagre ocorreu e eu pensei. Me vi absorto na seguinte questão: "oras, luzes muito fortes durante a noite tendem a cansar a vista do motorista!". Sim, o Corvette devia ter um dimmer de luminosidade ignorado pelo motorista. Ou mesmo, ele gostava de viajar com aquele refletor de estádio na cara. Deve ser gosto, porque há quem torça pro Botafogo e nem por isso, né!

Isso me fez relembrar que, no começo da minha vida gearhead, esse que vos fala gastava muitas horas na internet caçando fotos e mais fotos, até mesmo vídeos em uma época pré-Youtube atrás de carros com painel digital e suas inúmeras configurações inusitadas. Fiquei maravilhado com aquilo, até o dia que comecei a dirigir. E vi que a coisa não era tão doce assim.

O instrumento de marcação analógica te permite mensurar a totalidade da escala de marcação com maior facilidade, e isso faz imensa diferença em uma ultrapassagem em que o carro é levado ao limite, por exemplo. Além do mais, esses instrumentos digitais eram imprecisos até o começo dos anos 2000, embora tenham evoluído a passos largos até o momento. Sem contar a mística do movimento dos ponteiros em certas ocasiões.

Hoje, inúmeras telas de TFT inundam o mercado com suas probabilidades quase infinitas de configuração, mas que pra mim não tem o lado "místico" da instrumentação digital de outrora. Vejo estas novas como um hobby, ou algo que pode ser charmoso para uma condução relaxada, agregando status. Mas dispensaria facilmente quando fosse hora da onça beber água sobre rodas, quando se exige uma pilotagem a sério.

Qual o mais bonito, na minha opinião? Tá na ponta da língua: Cadillac Allantè!

E você, o que acha de tudo isso? Gosta de painéis digitais ou acha que é coisa pra bobo aplaudir? Já teve algum carro equipado com esse tipo de mostrador? Nutre alguma paixão ou ódio por algum exemplar específico? Vamos, partilhe conosco!

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