Pergunta da Semana - Câmbio CVT: Como você lida com essa transmissão alienígena?
Elimina a embreagem e torna o carro mais econômico – e chato?
Estive me lembrando que na empresa em que trabalho tínhamos um Honda Fit de primeira geração com seu tradicional câmbio automático continuamente variável, ou CVT de acordo com a sigla em inglês. A minha sensação era que dirigia um carro mais sem alma do que qualquer jogador do Botafogo, ao passo que bebia menos que o Axl Rose no backstage de um show.
Ok, o Axl Rose não é um bom parâmetro. Bebia menos que uma freira, então.
Sim, muitos de nós preferirão sempre uma boa transmissão manual, mesmo que seja a de um FNM com duas alavancas acompanhado do suor inerente da atividade. Só que a grande maioria já não se importa com isso e a cada dia o número de carros com câmbio automático aumenta na República de Geisy Arruda. Desde o Fit lançado em 2003, o CVT está presente como método construtivo alternativo à caixa automática tradicional, com suas engrenagens epicíclicas e conversor de torque.
A vantagem real do CVT é sua eficiência no que se refere à economia de combustível, ainda mais acentuada pela tradicional aplicação dessa transmissão em motores menos potentes. Mas hoje há motores potentes associados a sistemas CVT, como em alguns Audi – que vai abandonar o sistema –, mas nada supera os 280cv do recente Subaru Forester tS 2015, no Japão.
Entretanto, o CVT tem para mim um defeito crucial. Exceto nos modelos onde o CVT possui um parâmetro de parada, ou seja, simula marchas pré-estabelecidas, como Toyota Corolla, Renault Fluence e Honda City, a experiência de condução se assemelha a ligar um liquidificador, andar de elevador ou de metrô, com rotação sempre estabelecida e o mundo passando a seu redor. Ao subir o morro o sistema diminui a relação para aumentar os giros. Ao descer, diminui a relação para reduzir os giros. Eis o ônus da variação contínua da relação: trava a velocidade de funcionamento do motor e muda a relação para que o carro desenvolva.
Como sempre falamos em nossas avaliações, carros com CVT não são tão empolgantes mas o consumo é sempre exemplar. Eu gosto um pouco de vida na minha caixa de velocidades, mesmo quando ele está fazendo o seu trabalho por conta própria. O já extinto Fit CVT da empresa, extremamente hábil em se mover com a menor quantidade de gasolina possível, tinha a mesma emoção de condução do que ver um jogo de golfe depois de uma feijoada.
E é claro que hoje nós estamos interessados em seu ponto de vista, e, como tal, nós queremos que você avalie o CVT. Você já dirigiu um? O que você acha deles? Algo que eu não sabia e vossa excelência queira me ensinar?
Vamos, opine. A palavra agora é de vocês!