Nissan inaugura sua fábrica em Resende e mostra o “New March”
Versão reestilizada será vendida apenas com motor 1.6 16v
Por Henrique Rodriguez
De Resende (RJ)
Para alguns 2014 só começa depois da Copa, para outros apenas depois das eleições. Para a Nissan do Brasil o ano começou hoje, com a inauguração de sua fábrica em Resende (RJ). A unidade surge sob um investimento de R$ 2,6 bilhões e tem capacidade para produzir até 200 mil veículos e 200 mil motores por ano. Por enquanto ela produzirá apenas o “New March”, versão reestilizada de seu compacto, em ritmo ainda modesto.
A fábrica gera hoje 1500 empregos diretos, que deverá passar para 2000 no futuro. Todos os funcionários passaram por treinamento no Senai da cidade e uma parcela passou alguns meses em treinamento em fábricas no Japão, México, Estados Unidos e Inglaterra. A parte não-humana da fábrica é composta por 88 robôs e AGVs (Automatic Guided Vehicles), pequenos robôs autoguiados que conduzem carrinhos de peças e plataformas.
Moderna no que diz respeito aos procedimentos de produção, a fábrica está capacitada para realizar o processo completo da produção de um carro, com áreas de estamparia, pintura, injeção de plásticos e até mesmo pista de testes. Ela foi concebida para produzir automóveis baseados na plataforma V, como March e Versa – este começa a ser produzido na unidade no segundo semestre. Em coletiva de imprensa, Carlos Ghosn, Chairman e CEO Global da Nissan, afirmou que outros modelos também serão fabricados na unidade.
Quem marcou a inauguração da fábrica foi o “New March”, versão reestilizada do compacto lançado por aqui em 2011 importado do México. O novo visual segue o Micra europeu, com pequenas alterações. Entretanto, o painel é nada mais que o usado desde sempre pelo Nissan Versa nos Estados Unidos, com saídas centrais do ar-condicionado quadradas. Guardada as reservas de as unidades expostas serem pré-série, mantinham o mesmo quadro de instrumentos – sem Fine Vision – e a mesma forração dos bancos. O volante e o rádio são diferentes.
Se negando a entrar em detalhes, a Nissan afirmou apenas que ao New March caberá apenas o motor 1.6 16V Flex de até 111 cv com câmbio manual de 5 marchas. As versões 1.0 continuarão sendo importadas do México com visual antigo. Como isso acontecerá, só será divulgado pela Nissan em maio no lançamento no New March. Por hora o máximo que se sabe é que ele tem 60% de nacionalização – que passará a 80% em alguns meses – e que sua produção, por enquanto, acontece em apenas um turno.
Quando a fábrica estiver a pleno funcionamento a Nissan espera responder por 5% do mercado. Com os 78 mil carros vendidos em 2013, ficou com 2%. Para este ano a projeção é de 115 mil unidades.
Carlos Ghosn garante grande crescimento nas vendas da Nissan para os próximos anos, acreditando que boa parte do potencial da marca foi sufocado pelo regime de cotas de importação do México. “Nós vamos crescer muito por termos potencial, mas ainda estamos pequenos no Brasil”, assumiu Ghosn.
Em teoria, o Nissan New March tem tudo para ser um produto de volume capaz de alavancar as vendas da marca mesmo em um ano em que o mercado deverá “andar de lado”, sem crescimento. Tudo dependerá do posicionamento do produto, mas isso fica para o mês que vem…
Fotos | Henrique Rodriguez, Divulgação/Nissan
Jornalista viajou a convite da Nissan do Brasil