Porsche 911 GT3 e seu esterçamento das rodas traseiras
Sistema reduz a tendência de subesterço do modelo
A Porsche se abriu a novas tecnologias no desenvolvimento do atual 911 GT3. A versão, que tem por tradição ser a mais potente com motor naturalmente aspirado e um tanto despida de eletrônica, trocou o câmbio manual pela PDK de dupla embreagem e sete marchas, ganhou bloqueio do diferencial traseiro totalmente variável e controlado eletronicamente e, principalmente, eixo traseiro direcional.
A tecnologia não é nova: está presente em esportivos desde os anos 80, como no Honda Prelude, no Mazda MX6, no Peugeot 306, no Citroën Xsara, Renault Laguna e até no GMC Sierra Denali. Na Porsche é a primeira vez que se vê algo parecido em um carro de rua, mas o sistema é dos principais responsáveis pelo tempo de 7min30seg em Nordschleife.
Dependendo da curva, as rodas traseiras giram na mesma direção das dianteiras ou até mesmo na direção oposta, proporcionando mais controle para o piloto. O funcionamento é relativamente simples, com um sistema eletromecânico garantindo uma pequena margem de variação do ângulo de giro das rodas traseiras.
São poucos graus, mas que fazem diferença em circuitos, melhorando a estabilidade e o subesterço ao girar no mesmo sentido das rodas dianteiras. Mas como a intenção da Porsche quase sempre é criar esportivos que possam ser usados sem dificuldade no dia-a-dia, as rodas também podem girar no sentido oposto para facilitar o estacionamento e em manobras de baixa velocidade ao diminuir o diâmetro de giro.
O Porsche 911 GT3 é equipado com motor boxer de 3,8 litros com 475 cv a 8.250 rpm (um motor “comum” começa a cortar giro antes de 7.000, só para comparar…). Ele teve componentes como o virabrequim e as engrenagens de válvula redesenhados, novas bielas e pistões forjados para poder girar a até 9.000 rpm sem auxílio nenhum de turbo ou compressor. De acordo com o fabricante, atinge 315 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos. No Brasil custa R$ 799.000.
Recentemente a fabricante suspendeu as entregas da versão pois houve relatos de incêndio de algumas unidades do modelo na Europa, e ainda não há explicação para a ocorrência. A Porsche recomendou aos clientes que parem de usar seus carros, por questão de segurança, e convocou às oficinas todas as 785 unidades do modelos que já foram entregues aos clientes. A única unidade no Brasil até o momento pertence a Porsche.