Fiat lucrou 75,9% a menos em 2013
Exportações melhoraram, mas não o suficiente para amenizar o impacto
Já faz um tempo que a Fiat não possui uma atração de peso no Brasil. O último lançamento impactante foi a nova geração do Uno, lançada em 2010. O novo Palio, lançado no ano seguinte, não seguiu o mesmo caminho. Apesar de boas vendas, não representou tanto quanto o irmão mais novo. Além disso, antigas táticas como a garantia de um ano e pacotes de equipamentos repugnantes parecem ter sido a causa da queda de quase 76% no lucro da marca no Brasil em 2013.
Ignorando o Imposto de Renda e Contribuição Social e o abatimento de sua cobrança, a Fiat lucrou R$ 301 milhões no ano passado, frente os R$ 1,62 bilhão em 2012. Nesse caso, a queda vai para 81,4%. Em compensação, as exportações aumentaram 35,2%. A Strada é exportada para a Europa, ainda na versão anterior à atual (marcada pelas novas lanternas e as três portas), e outros modelos da linha nacional são importados para os países do Mercosul.
A Fiat, em comunicado, justificou a discrepância brutal em razão da inflação em alta no país e pelo aprimoramento no nível das marcas concorrentes. Ela tem razão: no segmento de populares, o Up! deverá marcar profundas mudanças nos critérios de qualidade. Já no segmento dos compactos, a concorrência é maior ainda e, de 2012 para cá, o Palio ganhou concorrentes de peso, como o Onix e o HB20. A única que reina sozinha é a Strada. À exceção dela, há muito trabalho a fazer.
Espera-se que a nova fábrica a ser inaugurada em Goiana (PE) seja a reviravolta para a marca italiana – resta saber se o segmento dos médios, onde a marca não agrega pontos há algum tempo, será o suficiente para recuperar sua imagem, visto que na planta pernambucana deverão ser produzidos veículos de segmentos mais caros, como a futura picape média, o Jeep Renegade e sua versão Fiat, além da possibilidade do Viaggio ser incorporado ao time da montadora.