F1 2014 – Testes finais, dias 3 e 4
Williams e Mercedes endiabradas, Renault em calvário sem fim e nanicas voando baixo
Foi bom enquanto durou. 12 dias de testes entre Jerez de La Frontera, na Espanha, e Sakhir, no Bahrein marcaram a pré-temporada 2014 da Fórmula 1, incontáveis voltas, novatos estreando, e alguns com motivos para sorrir de orelha a orelha, enquanto outros nem tanto. O que foi feito, foi feito, e o que não ficou bom, danou-se, pois agora só em Melbourne, dia 16.
E para encerrar os testes em Sakhir, a pole do terceiro dia foi verde-e-amarela. Num assombroso desempenho do FW36, Felipe Massa cravou, sem muitas dificuldades, o posto mais alto dos tempos, com 1min33s258, melhor tempo dessa segunda sessão de testes. O número já foi expressivo, e ficou ainda mais quando se sabe que foi mais de dois décimos mais rápido que a Mercedes de Nico Rosberg (que aparece como postulante – ao menos – ao título de construtores) e quando se nota que foram mais de 2 segundos mais rápido que a Ferrari de Kimi Raikkonen. Os números animaram tanto o brasileiro que ele até saiu dizendo que a Williams não só tem condições de terminar um GP, como de ser competitiva também. Afirmação que a cada dia parece se tornar um fato.
Fora o desempenho brilhante de Massa, o terceiro dia teve outro piloto a ser mencionado. Jules Bianchi, a bordo da Marussia, conseguiu registrar o sétimo tempo. Parece pouco, mas não é. Principalmente se levarmos em consideração que a Marussia é uma equipe de fundo de grid. Fora ele, o estreante russo Daniil Kvyat fez as honras da Renault, completando 81 voltas com sua Toro Rosso e obtendo um expressivo quinto lugar.
Mas, fora o desempenho de Kvyat, a fábrica francesa de motores não tem muitos motivos para sorrir. Sebastian Vettel e a Red Bull, as “meninas dos olhos” da montadora, não conseguiram completar uma volta cronometrada sequer em Sakhir no terceiro dia. A Caterham, por sua vez, fez 117 giros com o também novato Marcus Ericsson, mas não passou do oitavo tempo na tabela. Completando o calvário francês, Romain Grosjean deu só 33 voltas e fechou o dia com o último tempo, quase 9 segundos mais lento que Massa. Adrian Sutil também não teve muita sorte com a sua Sauber, completando só meia volta.
E o último dos 12 dias de testes, como era de se esperar, não reservou exatamente um caminhão de surpresas. A maior delas, talvez, tenha sido a Williams andar no mesmo ritmo alucinado do dia anterior, mas dessa vez com Valtteri Bottas ao volante. Apesar de ter voado baixo com o bólido (temporariamente) azul, Bottas ficou atrás de Lewis Hamilton, da Mercedes. Numa espécie de “troco” ao dia anterior, mas com pilotos diferentes, o britânico tomou a pole que Rosberg não conseguira no dia anterior. E fora ele e Bottas, ninguém conseguiu andar na casa de 1min33s. Fernando Alonso, terceiro, foi mais de um segundo mais lento.
Abaixo dos dois primeiros, os números se embolaram mais. Nico Hulkneberg, em simulação de corrida, mais uma vez mostrou que a Force India tem potencial, fechando em quarto. Jean-Éric Vergne, da Toro Rosso veio logo atrás, sendo que o curioso foi que ambos fizeram as mesmas 74 voltas. Já Adrian Sutil andou mais (91 giros), mas ficou atrás. Ainda assim, ficou feliz, pois além do top-6, conseguiu correr, coisa que no dia anterior pareceu bem distante dele. O colega de equipe de Sutil, Esteban Gutiérrez também andou, e em 86 giros, ficou apenas com o oitavo tempo.
Aí você, amigo leitor, se pergunta: e o Vettel? E eu digo: Ele saiu do zero! Deu 77 voltas com seu RB9. Mas isso não quer dizer que ele foi bem. Ele ficou atrás de todo mundo que foi mencionado acima, com um nada invejável nono tempo, mais de 4 segundos atrás de Hamilton.
O resultado de Vettel se torna ainda mais vergonhoso quando se vê que ele ficou atrás até da Marussia. Max Chilton, se mirando no exemplo do colega Jules Bianchi, levou a nanica russa ao sétimo tempo, num repeteco do expressivo desempenho do dia anterior. Fechando os tempos do último dia de testes, houve Jenson Button, com poucos e discretos giros (e um mais discreto ainda décimo lugar), Kamui Kobayashi (que não fez muito, apesar das 106 voltas) e Romain Grosjean, que também não teve lá muita sorte com sua Lotus.
Agora fecham-se as cortinas. Nos vemos em Melbourne, na primeira corrida do ano. Até lá!