Volta rápida – JAC T8 aposta em sofisticação e praticidade
Van chinesa é a única voltada exclusivamente para o transporte executivo
Versatilidade é a palavra que melhor define o JAC T8. Não apenas pelas diversas configurações que os bancos podem adotar, mas também pelo seu posicionamento de mercado. Por R$ 114.990, seria o carro chinês mais caro do mercado se concessionárias da Morris Garages não cobrassem até R$ 135 mil por um MG6 2012 0km, mas aposta na premissa de ser consideravelmente mais barata e confortável que versões executivas de furgões.
Empresas e frotas serão o principal público desta van executiva, que deverão utilizá-la como solução para sua logística, em casos que não exigem uma grande van ou evitar que sejam usados dois carros de passeio. O T8 também pode ter uso doméstico, sendo conveniente para grandes famílias que necessitam de um espaço que minivans como o J6 não são capazes de prover.
São 5,1 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,97 m de altura e 3,08 m de entreeixos, ou seja, é maior que um grande SUV, como um Touareg. Desta forma, não há como reclamar de falta de espaço em qualquer um dos 7 lugares. A configuração 2+2+3 dos bancos permite que as poltronas centrais sejam independentes, além de serem totalmente reclináveis, removíveis e giram 360º. Ainda resta porta-malas com capacidade de 1310 L contados até o teto, que pode subir para 4.800 L com as duas fileiras de bancos traseira retiradas.
Durante test-drive de 120 km foi possível experimentar não apenas a função de motorista, mas também a de passageiro, que é, talvez, o que mais importa num carro deste tipo.
Sentado em um dos bancos centrais independentes, praticamente poltronas de tão largos, é possível movimentá-lo de forma longitudinal, reclinar o encosto e, ainda, girá-la, algo que permitiria formar uma sala de reunião ali dentro. Mas apenas com o carro parado, pois o cinto não se movimenta, te sujeitando a uma multa. Outra vantagem é que estes assentos giratórios facilitam o acesso de idosos e deficientes físicos. Sobre sua cabeça estão os comandos do ar-condicionado digital e suas saídas para os bancos traseiros, que dão conta de refrigerar todo o ambiente. E ainda tem o teto solar…
Deslizando os bancos centrais para a frente é possível acessar a terceira fileira, com um banco inteiriço. Como há espaço para os ombros dos três ocupantes, o conforto não é tão prejudicado, mas a terceira pessoa fica sem cinto de três pontos. Algo que pode cansar os mais altos é o fato do assento estar em posição um pouco mais baixa, obrigando a dobrar as pernas.
Já lá na frente a história é outra. Até o passageiro possui banco com regulagens elétricas, mas sem regulagem em altura. Para o motorista as regulagens são completas, tendo ainda como regular em altura o volante mas, como em outros JAC, a variação é pequena. Como o volante fica em posição mais horizontal, isso não chega a comprometer a eleição de uma boa posição de dirigir.
A sua frente está o painel, que para nossa sorte mudou com a reestilização do T8 na China no ano passado. Os instrumentos saíram do centro do painel, onde estavam sujeitos à atenção de todos menos do motorista, para trás do volante. Os instrumentos tem boa leitura, mas o computador de bordo peca por estar todo em inglês, ter iluminação fraca e fonte que dificulta a leitura.
Dali você comanda a atuação do motor 2.0 litro turbo com intercooler à gasolina, que é uma característica que o difere das vans utilitárias.Ele rende 175 cv a 5.400 rpm e torque constante de 26,5 kgfm entre 2 mil e 4 mil giros. A forma como esta força chega às rodas traseiras (RWD, baby!) é algo que cabe à transmissão manual de seis relações. Ente se conjunto permite que o quadrado JAC T8 atinja velocidade máxima de 165 km/h, nada mal para seus 2100 kg.
O motor trabalha de forma convincente. Até os 2000 rpm se mostra preguiçoso, mas a partir daí o turbo começa a entrar em ação e quando em atuação plena a van ganha velocidade. Ele é muito mais silencioso que os motores turbodiesel usados pelos concorrentes mais próximos, mas o assobio da turbina continua ali, e com direito a espirro ao tirar o pé do acelerador ou trocar marchas. Aliás, o câmbio – posicionado em posição elevada e ergonômica – tem engates agradáveis, ainda que a 5° e 6° marchas tenham curso um pouco longo.
Como é de se esperar de um veículo deste tipo, a direção é mais desmultiplicada para facilitar as manobras, mas apesar do auxílio hidráulico é mais pesada que a de um automóvel. Acima dos 100 km/h exige algumas correções de trajetória e ao querer parar o T8, nota-se que seu sistema de freios com discos nas quatro rodas exigem mais força que o normal para operar.
Como bom chinês, o JAC T8 tem boa lista de equipamentos de série. Compõem a lista equipamentos como bancos dianteiros com aquecimento e ajuste elétrico, teto solar, ar-condicionado automático digital, luzes individuais de leitura, central multimídia com entrada USB e Bluetooth – mas ainda sem GPS ativo no Brasil –, abertura interna da tampa do tanque de combustível, retrovisores com acionamento elétrico e repetidor de seta, vidros elétricos, faróis com regulagem elétrica de altura, desembaçador traseiro, retrovisor interno antiofuscante, limpador traseiro com temporizador e quebra-sol com espelho de cortesia, freios ABS com EBD e airbags dianteiros. O único opcional é a forração dos bancos em couro sintético, por R$ 2 mil.
Com uma cota pequena para importar com benefícios fiscais, a JAC planeja impostar 2000 unidades do T8 este ano, o que dá 180 unidades por mês. Até a Copa do Mundo espera que 650 dessas encontrem seu dono.