Road test | Chevrolet TrailBlazer LTZ 2.8 CDTi – 3°dia
3º dia – domingo, 22 de dezembro de 2013
Hoje a brincadeira é na lama!
Tendo acordado cedo no domingo (sacrilégio, registre-se), pude observar que a ação das chuvas sobre as estradas de terra do Vale do Mucuri se fez bastante onerosa. Desta forma, toda e qualquer ruazinha de terra se transformou em um estágio do Camel Trophy. Nesse exato momento, o lado maléfico começou a me lembrar do até então indesejável conjunto de eixo rígido e chassis sobre carroceria. Juntamente de tração 4x4 com reduzida. E o carro não era exatamente baixo. Cereja no topo do bolo? A entrega massiva de torque a baixas rotações.
Primeiro teste se deu debaixo de chuva. No veículo haviam cinco homens, o mais leve com parcos 80 kg. A pista de teste, por sua vez, foi uma estrada rural utilizada por caminhões que levam latões de leite em sua carroceria. Portanto, uma vastidão de facões (depressões longitudinais na via), lamaçais e atoleiros estariam por vir.
Saindo do asfalto, ligo a tração 4x4 reduzida. Ponto para a Chevrolet que equipou o modelo com um simples acionamento eletrônico, denominado "Shift on the Fly", próximo do freio de estacionamento. Para engates na 4x4 normal, não é preciso parar para que o engate ocorra. Muito pelo contrário: o mesmo pode ser realizado com o veículo em movimento sem qualquer problema, havendo o engate da tração dianteira de forma instantânea e sem trancos. Para ativá-lo, basta girar um estágio na roldana seletora citada. Para desengatá-la, apenas proceda de forma reversa, sem qualquer complicação.
Para engatar a 4x4 reduzida, é necessário colocar o câmbio em Neutro, seja com o veículo parado ou em baixíssimas velocidades e aguardar uma fração de segundo para que a operação seja bem sucedida. E, uma vez engatada, a capacidade off road é assegurada pelos bons ângulos de ataque e saída (30° e 22°, respectivamente). Ainda há o respaldo dos 23,2 centímetros de altura em relação ao solo e do controle de estabilidade que transmite segurança para o motorista menos experiente sem ser intrusiva em demasia na pilotagem fora do asfalto.
Seguimos viagem. E aí, de forma surpreendente, a Trailblazer se sente em casa, se comportando como um carro pequeno tamanha a desenvoltura nos terrenos complicados. Com peso bruto total naquele momento acima dos 2.400kg, dos quais 2.157kg em ordem de marcha, o utilitário engoliu todos os lamaçais de forma homérica, surpreendendo a mim pelo desempenho e aos passageiros pelo conforto interno a despeito da situação. Em momento algum as imperfeições do terreno foram empecilho para a progressão do carro. A capacidade de tração, mesmo em terreno extremamente escorregadio, era eficaz. Tal favorecimento se dá graças ao peso do carro que ajudava a "amassar" a lama, juntamente do torque atuante nas quatro rodas e ainda potencializado pela relação reduzida.
Juntamente de um sem número de piscinas de lama que proporcionaram sustos nos passageiros (fazendo pai de família ficar pálido, diga-se de passagem), mas sempre com o carro nas mãos com agilidade além do esperado para seu tamanho, também estavam presentes costelas de vaca e mata-burros. A suspensão macia mostra seu valor e robustez: mesmo passando sem dó nem piedade, nada se alterou no carro e nem no conforto interior. Os pneus Bridgestone Dueler H/T, nas medidas 265/60 R18, também têm sua parcela na capacidade de absorção dos impactos. Nota positiva nesse aspecto, portanto.
Fim do passeio: uma ponte havia caído. Com diâmetro de giro de 11,8 metros, virar a Trailblazer no campo não foi tarefa das mais complicadas. De volta para casa, com todos a salvo e sem sequer um fio de cabelo sujo, uma verdade sobre a Trailblazer pode ser dita:
Valente no Fora de Estrada? Sem dúvidas.
Entretanto, até esse momento não tínhamos entrado em lamaçais e terrenos acidentados em aclives e declives. Começava aí então o programa do dia seguinte. Quando? Amanhã no Novidades Automotivas