F1: Testar é preciso
O que envolve toda a preparação na pré-temporada
Hoje se iniciam, em Jerez de La Frontera, os testes da Fórmula 1 para 2014. É, de fato, um início para a temporada, onde os carros vão à pista pela primeira vez, e também onde pilotos e equipes têm uma base mais próxima do quão bons ou ruins os carros estão. Mas testar vai muito além da tomada de tempos.
Os tempos obtidos e todos os resultados colhidos podem significar tudo, como também podem não dizer absolutamente nada. Parece estranho afirmar isso, mas um carro que voa baixo nos testes coletivos nem sempre será o bicho-papão da temporada. Um bom exemplo é na pré-temporada de 1995, onde a Jordan (que tinha Rubens Barrichello como um dos pilotos à época) sempre ficou entre os primeiros, mas durante o ano ficou, no máximo, no meio do Grid. Por outro lado, em 2009 a Brawn Racing (que tinha coincidentemente Barrichello como um dos pilotos) andou na frente nos treinos e durante a temporada foi campeã de pilotos e construtores.
Outro fato que embaralha as cartas é a maneira que cada time interpreta os treinos coletivos. Equipes menores (como STR, Marussia ou Caterham) podem rodar com um mínimo de gasolina nos tanques, afim de conseguirem tempos melhores e, com isso, conseguir chamar atenção de possíveis patrocinadores, enquanto que, por outro lado, times grandes às vezes podem “esconder o jogo”, rodando mais lento, sem aproveitar todo o potencial do carro.
Some-se a isso o detalhe que cada equipe roda o quanto quiser: ou seja, tem carro que só dá meia dúzia de voltas, tem carro que dá mais de 100. Apesar de tantas possibilidades que os testes oferecem, uma verdade é universal: quanto mais quilometragem rodada, melhor.
Homenagens e Variáveis
É normal também vermos esquemas pintura provisórios, como os adotados pela McLaren em 1998 e 2006 (onde o carro era laranja), da Williams em vários anos (que durante a pré-temporada andou com o carro todo azul e adicionou o branco depois), ou até mesmo a extinta BMW Sauber em 2006, que rodou com um carro todo branco e posteriormente colocou os detalhes azuis e vermelhos característicos da montadora em competições. Às vezes é uma estratégia para esconder novos patrocinadores, às vezes é uma maneira de fazer uma homenagem à história do time (caso da McLaren).
Por fim, há também os casos em que a equipe põe o carro na pista e dá voltas e mais voltas apenas como meio de checar os vários componentes novos que foram criados. Essa prática, por sinal, deve se tornar constante nessa pré-temporada, uma vez que todos os carros foram profundamente modificados em relação aos de 2013. Também é a melhor oportunidade que os terceiros pilotos e/ou pilotos de testes têm de mostrar resultados, podendo garantir desde a permanência nas equipes até um futuro em algum outro time.
Amanhã a seção sobre F1 segue, dessa vez com as novidades do primeiro e segundo dias de treinos, bem como os últimos lançamentos apresentados pelas equipes.