Produzida há quase 60 anos, faltam poucos dias para o fim de uma lenda

 
Passados quatro anos desde que a Lei que obriga todos os veículos nacionais a serem equipados com freios ABS e airbag duplo foi sancionada, a confirmação do fim da Kombi parece ter vindo por Sedex.

Em 1993, o então presidente da República, Itamar Franco, sugeriu à Volkswagen que o Fusca tivesse sua produção retomada, considerando seu projeto robusto e resistente e tendo em vista uma alternativa nacional no segmento dos populares. A estratégia não deu certo, pois os concorrentes eram modernos e a própria lógica do mercado deu fim ao Fusca. 20 anos depois, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou fazer ailgo semelhante, sugerindo que a Kombi não entrasse na exigência da Lei que exigirá airbag duplo e freios ABS a partir de 2014. Esse panorama, entretanto, mudou drasticamente.

A decisão do governo de revogar a proposta foi anunciada pelo Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. O ministro rebateu fortemente a argumentação de Guido Mantega, que sob uma visão meramente econômica – e equivocada, diga-se de passagem, acreditava que a Lei iria gerar um impacto nas vendas em decorrência do suposto aumento de preço nos modelos de entrada e em segmentos únicos, como no caso da Kombi. Segundo Ribeiro, prevaleceu o investimento na segurança dos passageiros, o que tem sido alvo de investimentos no Brasil e que não devem ser desconsideradas em momento algum.

A polêmica começou há pouco mais de uma semana, quando o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista divulgou que o Governo estava dialogando em relação à situação, em especial no caso da Kombi. Pouco tempo depois o governo confirmou que cogitava a aplicação de uma medida provisória. Há dois dias, o governo anunciou que desistira de adiar a obrigatoriedade, mas Mantega insistiu em garantir uma exceção à Kombi, o que foi derrubado pelo Contran hoje. Com isso, a Velha Senhora irá se despedir do mercado dentro dos próximos dias. Os donos da Kombi Last Edition agradecem.