Existe vida pós-Ferrari para Felipe Massa?

Quais são suas chances e seus riscos ao sair da tradicional equipe da F1

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Felipe Massa está fora da Ferrari. Ok, isso já não é novidade desde o começo da semana passada. Mas a dúvida que paira agora (mais precisamente desde o anúncio de sua saída) é seu futuro. A vida pós-Ferrari pode ser muito feliz (como foi com Prost e Mansell) ou apagada, como foi com Jean Alesi. De repente pode haver até uma sobrevida relativamente próspera, como foi com o compatriota Rubens Barrichello...

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Mas antes de falar qualquer coisa sobre esse futuro, vale a pena dar uma recapitulada sobre quem é Felipe Massa na Fórmula 1 atual.

O Brasil amargou uma longa geração de pilotos medianos, fracos ou que não tiveram a chance “de verdade” na categoria, desde a morte de Ayrton Senna. Tarso Marques, Enrique Bernoldi, Ricardo Zonta, Ricardo Rosset, Antonio Pizzonia, e Cristiano da Matta estão entre eles. Isso sem contar um sem-fim de pilotos brasileiros que “morreram na praia”, sem chegar à categoria máxima do automobilismo, como Mário Harberfeld, os irmãos Ricardo e Rodrigo Sperafico, Ricardo Maurício, Max Wilson, entre outros que até iam bem nos monopostos “menores”.
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Felipe-Massa-European-F3000_2707377No meio dessa geração “perdida” havia só dois nomes que ainda representavam o Brasil. Rubens Barrichello, que sofria sendo segundo piloto de Michael Schumacher na Ferrari, e Felipe Massa, que estreava com bons méritos, como dois títulos na F-Renault conquistados num final de semana e o título da finada F-3000 (atual GP2). O que pouca gente sabe é que, desde que ele estreou na F1, Massa já tinha o aporte da escuderia de Maranello. Ou seja, os anos que ele passou na Sauber e o tempo que testou os bólidos vermelhos já eram “treino” para que ele se tornasse piloto oficial da Scuderia.

E, nas 132 corridas que fez pelo time (das 184 que possui até agora na carreira) conseguiu lá a maioria dos seus feitos. Inclusive foi lá que se consolidou como piloto de ponta. Mas três episódios começaram a minar seu psicológico na casa de Maranello. O primeiro foi perder o título de 2008 (literalmente) na última curva para Lewis Hamilton, numa temporada onde além de erros da equipe e do “Cingapuragate”, houve também erros dele mesmo. O segundo foi a pancada que o deixou fora da maior parte da temporada 2009 (episódio que certamente o deixou mais lento), e, para completar, todo o contexto da presença de Fernando Alonso na equipe, mas, em especial o “Fernando is faster than you”, que ele teve que ouvir da equipe no GP da Alemanha de 2010 para deixar Alonso ultrapassá-lo.
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Desde então, tudo que Felipe viu foi o companheiro brigar pelo título (sem, contudo, conquista-lo) e ele ficar relegado à mesma posição que Barrichello em outros tempos: o segundo piloto. Como se não bastasse, ele não estava mais se afinando tanto com o carro, e dificilmente vinha conquistando pódios. Vitória mesmo só lá no longínquo GP do Brasil de 2008...

Massa-na-SauberAí veio a demissão. E agora? O próprio piloto já admitiu que se for para correr numa equipe que não é competitiva ele não fica na F1. De todas as grandes, apenas a Lotus tem um cockpit vago (com a ida de Raikkonen à Ferrari, tema que será abordado por aqui mais tarde), e o empresário de Massa, Nicolas Todt, já andou sondando a vaga. Se o brasileiro quiser ir, teria que levar muito dinheiro, coisa que não é tão difícil para ele atualmente (ainda é capaz de conseguir bons patrocinadores). Mas ao mesmo tempo sofre com a concorrência de pilotos mais jovens, como Nico Hulkenberg, que apesar de não ter a grana necessária, compensa com juventude e disposição para correr bem (inclusive andando até mais que a Sauber que ele possui tem dado chances).

A própria Sauber se torna uma opção para o brasileiro, mas soa como um contrassenso, uma vez que a equipe, mesmo com toda a injeção de capital russo que ganhará, ainda precisaria de alguns anos de desenvolvimento, e “alguns anos” talvez seja tempo demais para Massa, que já não é nenhum jovem para a categoria do alto dos seus 32 anos. Recentemente Williams e McLaren andaram sondando o brasileiro. Mas numa ele teria aposentadoria precoce, e na outra as chances de entrar são muito poucas – para não dizer nulas.
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A própria Sauber se torna uma opção para o brasileiro, mas soa como um contrassenso, uma vez que a equipe, mesmo com toda a injeção de capital russo que ganhará, ainda precisaria de alguns anos de desenvolvimento, e “alguns anos” talvez seja tempo demais para Massa, que já não é nenhum jovem para a categoria do alto dos seus 32 anos. Recentemente Williams e McLaren andaram sondando o brasileiro. Mas numa ele teria aposentadoria precoce, e na outra as chances de entrar são muito poucas – para não dizer nulas.

A chance de tentar ser campeão já passou? Tudo indica que sim. Resta a Massa fazer algo que parece impossível, e “se reinventar” para conseguir mostrar que ainda é bom piloto, e veloz o suficiente para continuar na concorrência entre os melhores da F1. Quem sabe até entre os postulantes ao título, numa missão que depende única e simplesmente dele.
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