10 importados que deram o que falar na década de 1990
16 de fev. de 2012
|
13:00
Johanns Eller
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ALFA ROMEO
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PSA
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SAAB
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SUZUKI
O Brasil experimentou uma revolução em 1990, quando o então presidente Collor declarou seu desprezo por nossos carros, ou melhor, nossas carroças. Com os portos fechados para importações desde 1976, impedindo que qualquer tecnologia estrangeira entrasse no país, graças à ditadura militar, as montadoras viam-se obrigadas a trazer maquinários escondidos em bagagens para evoluir minimamente o mercado nacional. Anos antes de sofrer impeachment, Collor percebeu a situação da indústria nacional e abriu os portos.
Apesar disso, disse que, como nossos carros eram carroças, os brasileiros da época deveriam aderir aos carros soviéticos, cujo país só seria dividido um ano depois. Estes seriam os primeiros a desembarcarem no Brasil. Ironicamente, todos eles contavam com mais de uma década de mercado – assim como os carros brasileiros. Apesar disso, tinham uma inegável fama de inquebráveis e de valência, como o Lada Niva, adorado pelos fãs de off-road até hoje.
Além dos carros da União Soviética, vieram muitos outros. A atitude do governo deixou margem para diversas montadoras explorarem um país gigantesco com mercado ávido por novidades. Se fosse possível voltar no tempo, você poderia ficar no Aeroporto de Campinas no fim da tarde, vendo carros saindo do avião como se fossem bagagens. Era tudo novo! Todos queriam um pouco de Europa, Estados Unidos, Suécia…
Veja, a seguir, dez exemplos de carros e fabricantes que chegaram por aqui ou voltaram ao país naquela época, e que logo geraram diversas reações por parte das montadoras nacionais. Soou como déjà-vu? Está acontecendo a mesma coisa atualmente, em 2012, com os chineses entrando no mercado. Seriam muitos exemplos, mas selecionamos 10. Lembrou de mais casos? Compartilhe conosco nos comentários!
1 – Saab (Suécia)
A montadora, que atualmente está em concordata seguindo para extinção, chegou no Brasil em 1990, importada da Suécia pela própria General Motors. Os luxuosos e bem acabados sedans e conversíveis não vingaram no país, devido a baixa rede autorizada. Alguns (muito poucos) podem ser encontrados a venda como clássicos, e com preços bem inflados. Entre os principais modelos estava o 9000 CD, um sedan com design de forte personalidade, como todo Saab da década de 1990.
2 – Alfa Romeo 164 (Itália)
Muitas montadoras foram trazidas por marcas nacionais. Não foi diferente com a Saab, muito menos com a Alfa Romeo, que já havia produzido por aqui o sedan 2300 até 1986 e retornou em 1990 sendo importada pela Fiat, dona da marca italiana. Todos os holofotes se voltaram para o 164, sedan topo-de-linha da marca. Suas linhas esportivas e retas, assim como suas lanternas finas e retas, deram ao sedan linhas marcantes e que até hoje dão ares de alto luxo.
3 – Chevrolet Lumina (EUA)
Enquanto a primeira van nacional chegava ao mercado, a Grancar Futura (feita por uma rede de concessionárias da Ford), fortemente inspirada no então exemplo mundial Renault Espace, a GM trazia ao Brasil esta minivan futurista, com ajuste pneumático das suspensões, longo pára-brisas panorâmico e interior aconchegante. Uma Grand Picasso dos anos 1990. Também pode ser encontrada por aí como Pontiac Trans Sport.
4 – Mercedes-Benz 190E (Alemanha)
O sedan alemão era um padrão de luxo. Não era tão bonito quanto o Alfa 164, mas era chamativo. Era robusto. Era um Mercedes. Produzido na Alemanha, o sedan era luxuoso e tecnológico. Para a época. Hoje ficaria aquém de qualquer carro da marca. Mesmo assim, em um país onde a maioria dos carros sequer tinha ar-condicionado, era um bom começo. Outras marcas alemãs como BMW e Audi também aproveitaram a deixa para ingressar no mercado brasileiro, onde modelos como o Serie 3 e o A4 vendem bem até hoje.
5 – Mazda (Japão)
A Mazda chegou por aqui com uma linha respeitável. O sedan Protège era de design discutível, mas o esportivo MX-3, o pequeno conversível Miata e o sedan de luxo 626 ajudaram a construir uma boa imagem para a Mazda, que saiu do país em 1998 devido ao aumento da taxação para os importados, assim como muitas outras montadoras.
6 – Jeep Grand Cherokee (EUA)
Dentre os modelos que a Jeep trouxe para cá, o Grand Cherokee foi o mais marcante. Seu design inesquecível e de bom gosto, seu interior luxuoso, além de ser a semente do conceito de SUV no Brasil, e por que não seu consumo de 4 km/l na cidade, foram alguns das razões de ser o sonho de consumo da classe alta brasileira na década de 1990.
7 – Suzuki Swift (Japão)/Geo Metro (EUA)
O Swift era um hatch pequeno de duas portas e de comportamento nervoso. Seu design era chamativo, embora discutível. Era como qualquer carro nipônico dos anos 1990: diferente, com linhas simples mas sempre com algo a mais. Era o caso de suas lanternas horizontais na traseira. Moscas brancas como o Swift conversível e o Swift Sedan também chegaram ao Brasil na época, assim como o clássico Vitara.
Junto dos Suzuki vieram algumas unidades do Geo, uma subsiária da GM criada naquela década para vender carros low-cost nos EUA. A história da marca no Brasil é um tanto borrada, já que seus carros chegaram por aqui de forma independente. O Geo Metro era um Swift com nova dianteira. Os low-cost da GM também tiveram outras versões vendidas por aqui, como o Swift Sedan (sob o logotipo da Geo) e o Tracker, um Vitara com o símbolo da Chevrolet. A geração seguinte do Vitara chegou a ser fabricada na Argentina mas após a Suzuki sair do Brasil (em 2001) foi vendida por aqui como Chevrolet Tracker até 2009.
8 – PSA (França)
A união entre Peugeot e Citroën surgiu no final da década de 1970, e chegou ao Brasil por caminhos distintos. A Citroën chegou pelo Sérgio Habib (que hoje traz JAC, Aston Martin), no melhor estilo da marca, com carros tão modernos que eram considerados estranhos. O XM, até hoje raríssimo, tinha um design futurista e um volante que lembrava os da F1. Outras raridades como o hatch AX também chegaram a vir para cá em lotes reduzidos. O hatch esportivo ZX fez muito sucesso pelo seu desempenho e design. Ao longo dos anos, vieram o Xantia, com ajuste para as suspensões, Xsara e Xsara Picasso, este último “Made in Brazil”.
Já a Peugeot chegou por aqui com o 205, um hatch conhecido pela sua presença em diversos rallys internacionais devido a sua suspensão independente nas quatro rodas. Sua versão civil, no entanto, era bem europeia. Linhas retas e simples, com uma traseira fria e um interior eficiente, além de vários equipamentos de série e um desempenho impressionante. O primeiro 106 também tinha essa fórmula, mas era o hatch de entrada da Peugeot. Com uma maçaneta à la Mille duas portas, vendeu pouco, ao contrário de seu sucessor de 1999. O sedan 405 e a picape 504, com design dos anos 1960, também figuravam na linha Peugeot.
Já a Peugeot chegou por aqui com o 205, um hatch conhecido pela sua presença em diversos rallys internacionais devido a sua suspensão independente nas quatro rodas. Sua versão civil, no entanto, era bem europeia. Linhas retas e simples, com uma traseira fria e um interior eficiente, além de vários equipamentos de série e um desempenho impressionante. O primeiro 106 também tinha essa fórmula, mas era o hatch de entrada da Peugeot. Com uma maçaneta à la Mille duas portas, vendeu pouco, ao contrário de seu sucessor de 1999. O sedan 405 e a picape 504, com design dos anos 1960, também figuravam na linha Peugeot.
9 – Lada (União Soviética e, posteriormente, Rússia)
Foi a primeira montadora “estrangeira” a desembarcar para o Brasil. E havia sido a escolhida pelo governo para representar o início das importações. Pode não ter sido uma escolha adequada… Dentre tantos modelos da Cadillac, Buick e Maserati no Salão de São Paulo, a Lada era uma montadora soviética com carros da década de 1970 e 1980. O segredo deles era, no entanto, uma durabilidade sem igual, requisito obrigatório em países comunistas.
O sedan Laika, além de sua versão perua, homenageava a cadela que foi lançada no espaço sideral na década de 1960 pela União Soviética, quando o ex-país testava a nocividade do universo para os seres terrestres. O hatch Samara, raro até hoje (supostamente pela qualidade duvidosa), era uma opção compacta. Já o Niva era um jipe off-road que fez sucesso em várias competições internacionais e é produzido até hoje (!). Com o passar dos anos, a Lada vendia apenas o Niva por aqui, já que muitos amantes das trilhas o consideravam a melhor escolha para enfrentá-las. A Lada permaneceu no país até 2002. De tempos em tempos ressurge o rumor de que ela irá voltar ao Brasil… Mas há um importador em São Paulo que traz o modelo por encomenda.
10 – Ferrari (Itália)
Essa não poderia ficar de fora. A F40 veio ao Salão de São Paulo a caráter de formar uma boa imagem para marca no Brasil. Deu tão certo que o modelo se tornou uma referência quando se fala da marca. Tanta potência combinada a uma cabine tão espartana quanto um carro soviético, foi a estrela do Salão de 1990. A carroceria marcante pelo design e pelo aerofólio gigante e o motor traseiro só reforçaram a imagem premium da Ferrari por aqui. Hoje, a Ferrari já vendeu milhares de carros no Brasil, após 22 anos presente em solo brasileiro. E continua sendo um ícone, continua sendo referência de qualquer coisa por qualquer pessoa quando se trata de automobilismo.
Na próxima quarta, publicaremos as principais reações das marcas nacionais para os importados.