O mercado é repleto de disputas quando se diz respeito aos rankings de vendas. O mais clássico, atualmente, é o Gol x Uno (que ocorre há anos, desde o Mille), além de Siena x Voyage, e entre outros. O Uno superou o Gol em fevereiro, que era líder há 24 anos. Situações atípicas não eram comuns, mas já ocorreram. O Tipo, por exemplo, já vendeu mais que o Gol na década de 1990. Mas, agora, o Gol tem um concorrente à altura. O Uno (e o Mille). Por quê?

Primeiramente, porque as vendas do Mille e do Uno são contabilizadas juntas, assim como as do Gol G4 e G5. O Novo Uno não vende pouco, mas o Mille ajuda, por ser o veículo mais barato do país. Com a chegada do Uno duas portas, suas vendas subiram e superaram o Gol. A Volkswagen já respondeu vendendo o Gol G4 por R$ 22.900. Nesse segmento, o que conta é o título do mais vendido – se é popular e vende mais, é porque é bom. Talvez seja esse o pensamento do brasileiro.

Até mesmo porque o que movimenta esse segmento são as vendas. O Uno superando o Gol era algo esperado muito antes do Novo Uno ser lançado em 2010, e só não o fez porque a fábrica de Betim trabalhava no limite. As filas de espera pelo modelo eram enormes. A própria Quatro Rodas esperou pelo seu Uno da seção Longa Duração por três meses. A maior prova da primeira frase deste parágrafo são os 24 anos quase ininterrúpteis de liderança do Gol, que chegou a atingir 30 mil unidades no lançamento da Geração 5, em 2008.

Com o mercado mudando, o cenário dessas disputas começa a mudar. Temos o Cerato em terceiro no ranking dos sedans médios, Livina se aproximando da Idea… E referente aos rankings das montadoras gerais, a disputa é ainda mais acirrada. O ranking das quatro primeiras está diferente nesses primeiros meses: a Volkswagen é a líder do mercado, com a Fiat em segundo. A terceira é a GM e a quarta, a Ford. Ambas disputam pelo primeiro lugar. Enquanto isso, já há montadoras interessadas em se tornar uma das quatro mais vendidas…

A Hyundai anunciou nesta semana o interesse em passar a Ford, tornando-se uma das maiores marcas do mercado. Há outras marcas também interessadas no posto da Ford, que, apesar da liderança do Fusion e das boas vendas do Fiesta e do EcoSport, não tem tantos modelos quanto a GM. A Ford poderá ou não crescer – o Fiesta nacional poderia chegar antes de 2014, idem ao sucessor do Ka. O Fiesta RoCam vende bem, mas o New Fiesta nacional venderia muito mais. Tentaram mirar em um segmento onde o City é praticamente o líder. Não vale muito a pena. Está vendendo bem? Está. Mas poderia ser melhor.

Com isso, podem haver surpresas. A própria Renault também está se aproximando da Ford, mas a distância não é pequena. Isso pode ser resolvido com seu novo popular, com o Fluence e com o Duster. Em resumo, não há como saber. É só torcer para que essa disputa seja convertida em carros modernos com bons preços para o consumidor brasileiro.