Coluna Alta Roda–Trafego inteligente

Montagem[1]

Ninguém tem dúvidas de que as rodovias alemãs são as mais seguras do mundo. Em algumas autoestradas nem existem limites de velocidade. Trata-se da combinação de projetos de engenharia rodoviária, construção perfeita e conservação impecável aliada a carros bem construídos, rigor na inspeção técnica veicular e, claro, motoristas treinados e conscientes.

Ainda assim o país se preocupa com a viabilidade futura da mobilidade irrestrita e o sistema de tráfego capaz de responder a altas demandas. Visando esses objetivos, 28 parceiros se reuniram numa iniciativa chamada Aktiv, acrônimo em alemão para Tecnologias Adaptativas e Cooperativas para o Tráfego Inteligente. Envolveram os fabricantes de veículos, companhias de telecomunicações, informática e autopeças, universidades, institutos de pesquisa e autoridades de trânsito, além do suporte financeiro do governo.

Os primeiros resultados foram anunciados agora. Alguns estudos caminham em paralelo e há muito que implantar, mas sempre surgem novidades. A Volkswagen procurou alternativas. No subprojeto de segurança para pedestres e ciclistas já existe meio de deter o veículo completamente, caso sensores indiquem alto risco de atropelamento e o motorista não reaja em tempo. A proposta agora é atuar também na direção. O volante move-se automaticamente para desviar o veículo do pedestre, quando cabível. O motorista continua a manter o controle do carro, atuando de forma circunstancial.

A intervenção no volante pode ocorrer se o automóvel muda de faixa e os sensores laterais indicam perigo. O mesmo recurso se aplica quando os futuros sistemas interativos de navegação, combinando sinais de satélite GPS a mapas digitais, antevirem erros na aproximação de curvas. Objetivo é coordenar velocidade, freando o veículo antecipadamente, e trajetória, agindo discretamente sobre o volante.

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Mais de 30% dos congestionamentos nas estradas alemãs ocorrem por obras. A VW sugere interatividade entre informações em tempo real das condições de tráfego, troca de dados entre veículos, cones de demarcação de estreitamento de pista e controle ativo de velocidade de cruzeiro para organizar o fluxo nesses trechos. Possibilidades de colisão são minimizadas e aumenta a velocidade média de passagem, reduzindo consumo de combustível e emissões.

A BMW também anunciou sua estratégia com enfoque próprio. O desafio é intervir sobre os controles o mais breve possível para evitar um acidente iminente, sem indicar ao motorista que ele está sendo pajeado. A empresa usa escâneres de laser na frente e nas laterais e ondas de radar atrás para evitar colisões do tipo engavetamento.

Como também fabrica motocicletas, sugere a inclusão destas na rede de interatividade automática. Em caso de risco de colisão, as motos passariam a acionar faróis, luzes adicionais de segurança e até buzina. Por sua vez, freios dos carros são acionados em 30% de sua força máxima, por um segundo, para alertar o motorista.

Outra ideia da marca bávara é prover na tela de bordo, antes mesmo da partida, informações sobre o trajeto, mais ou menos favoráveis, inclusive previsão de chegada ao destino sob todas as variáveis conhecidas e armazenadas no sistema.

RODA VIVA

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Entre as boas notícias do primeiro dia do Salão do Automóvel: mais um fabricante se instalará no Brasil, a Suzuki, por meio do representante no Brasil, o Grupo Souza Ramos, que também produz os Mitsubishis.

Embora confirmado na Itália, a Fiat ainda não anunciou, nem mesmo durante o Salão, o investimento de R$ 10 bilhões no País, no quinquênio 2011-15. Lá estava o novo Bravo, a ser lançado em um mês.

Seminário Ford sobre eletrificação, semana passada em São Paulo, mostrou visões de governo, acadêmicas e da vida prática. Híbrido pleno, o Fusion estará à venda também no Brasil, em novembro, por R$ 134.000,00. Esta é a solução mais racional frente a carros elétricos puros nos próximos dez anos. Híbridos plugáveis em tomadas enfrentam custos altos das baterias.

Para engrossar a competição no segmento dos utilitários esporte compactos, a Kia Motors do Brasil começa a vender dentro de um mês cinco versões do Kia Sportage (uma delas 4x4). Os preços são bem competitivos na faixa de R$ 84.000,00 a R$ 106.000,00. Todas com motor de 2 litros/166 cv. Estilo é contemporâneo, sem alguns exageros da sua contraparte Hyundai ix35.

Dia 12 de novembro, nos cinemas, o aguardado documentário Senna sobre a vida e a carreira daquele que muitos consideram o piloto mais veloz e o melhor da história do automobilismo. Trata-se de um docudrama de hora e meia de duração, da Universal Pictures. Registra os pensamentos e grandes momentos de Ayrton Senna da Silva.

Fenabrave e sete fabricantes apoiam a cartilha sobre isenções de impostos para mulheres que sofrem ou já sofreram de câncer de mama. Desconto atinge 25% do preço do veículo, mas poucas conhecem o benefício.

Foto_F._Calmon_17_m_dia_3_[3][3][3][3]Sobre o Autor:
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br) é jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna Alta Roda começou em 1999. É publicada no Novidades Automotivas e em uma rede nacional de 80 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente para a América do Sul do site just-auto (Inglaterra).

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